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Enquanto permaneci instalado no Batalhão de Sanza Pombo, aguardando transporte para Quicua, acabei por ser requisitado para aí prestar serviço da minha especialidade durante uns quinze dias, substituíndo um camarada em férias.
Durante uma folga fui convidado por outro Operador de Cripto a fazer uma visita à enorme sanzala que aí tinha vindo a crescer. O objectivo era, naturalmente, procurar umas negrinhas e passar um bom bocado na sua companhia. Encontradas duas amigas que passeavam juntas, metemos conversa, tendo o meu camarada a egoística atitude de se lançar àquela que, aparentemente, era a mais boazona. Puro engano o seu ! Contou-me posteriormente que deu-lhe algum dinheiro (não havia ali preço previamente estabelecido) e foi-se logo embora, desiludido. Enquanto praticava o “acto” ela arrotou e ele foi obrigado a desviar a cara. Ela pediu-lhe desculpa e continuaram. Porém, aquela negrinha bonita e boazona, fã dum cantor brasileiro muito pequenino, mas em voga : Nelson Ned, começou a cantar : “receba flores que lhe dou...”. O rapaz, num gesto brusco, levantou-se, vestiu-se e dali fugiu a sete pés.
A minha Laura, uma rapariga baixa, franzina, frágil, manifestou uma ternura incrível para uma situação de ocasião como aquela. Descobrimos quase instantaneamente que existia empatia entre nós. Era uma rapariga muito educada, com conversas interessantes. Só voltei à Unidade para jantar, saíndo novamente para dormir (ou melhor, passar a noite) com ela. De manhã encontrava-me tão esgotado que nem a Miss Mundo me convenceria...
Namorámos, ou melhor, fomos amantes, durante cerca de seis meses. Sempre que me surgia uma oportunidade lá ia eu, mais ou menos clandestinamente, até Sanza Pombo, uma viagem de ida e volta efectuada em picada e com várias horas de percurso. Mas sabia-me bem. Chorámos na despedida e deixei-lhe como recordação um rádio transistorizado. Já na Metrópole ainda trocámos correspondência. Deu-se o 25 de Abril, seguido da guerra civil em Angola. Nunca mais tive notícias da minha amiga Laura Manuel.
Durante uma folga fui convidado por outro Operador de Cripto a fazer uma visita à enorme sanzala que aí tinha vindo a crescer. O objectivo era, naturalmente, procurar umas negrinhas e passar um bom bocado na sua companhia. Encontradas duas amigas que passeavam juntas, metemos conversa, tendo o meu camarada a egoística atitude de se lançar àquela que, aparentemente, era a mais boazona. Puro engano o seu ! Contou-me posteriormente que deu-lhe algum dinheiro (não havia ali preço previamente estabelecido) e foi-se logo embora, desiludido. Enquanto praticava o “acto” ela arrotou e ele foi obrigado a desviar a cara. Ela pediu-lhe desculpa e continuaram. Porém, aquela negrinha bonita e boazona, fã dum cantor brasileiro muito pequenino, mas em voga : Nelson Ned, começou a cantar : “receba flores que lhe dou...”. O rapaz, num gesto brusco, levantou-se, vestiu-se e dali fugiu a sete pés.
A minha Laura, uma rapariga baixa, franzina, frágil, manifestou uma ternura incrível para uma situação de ocasião como aquela. Descobrimos quase instantaneamente que existia empatia entre nós. Era uma rapariga muito educada, com conversas interessantes. Só voltei à Unidade para jantar, saíndo novamente para dormir (ou melhor, passar a noite) com ela. De manhã encontrava-me tão esgotado que nem a Miss Mundo me convenceria...
Namorámos, ou melhor, fomos amantes, durante cerca de seis meses. Sempre que me surgia uma oportunidade lá ia eu, mais ou menos clandestinamente, até Sanza Pombo, uma viagem de ida e volta efectuada em picada e com várias horas de percurso. Mas sabia-me bem. Chorámos na despedida e deixei-lhe como recordação um rádio transistorizado. Já na Metrópole ainda trocámos correspondência. Deu-se o 25 de Abril, seguido da guerra civil em Angola. Nunca mais tive notícias da minha amiga Laura Manuel.
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