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Habituaram-nos a ver retratadas e filmadas, sobretudo através dos cromos das Raças Humanas e nos filmes da BBC Vida Selvagem e da National Geographic, as mulheres africanas negras sempre com as tetas ao léu. Nem sequer a palavra seios fazia parte da sua anatomia, pois eram consideradas como coisas ou animais.
Angola começou por ser colonizada por indivíduos cadastrados, na maioria considerados como assassinos perigosos ou presos políticos indesejáveis. Eram, assim, deportados para bem longe da Metrópole. O castigo, no entender dos governantes, aliava o útil ao agradável (?)
Aquele território imenso e fértil viria a tornar-se numa “ terra de cegos onde quem tem um olho é rei ”... O homem branco instalava-se, apoderando-se de grandes extensões de solo promissor e a mão-de-obra – gratuita – era “recrutada” através da lei da carabina e do temor das chibatadas com o negro preso ao tronco.
O homem branco entrava abusivamente numa qualquer sanzala, onde os nativos tinham a sua vida organizada segundo os seus costumes e as suas crenças. Já lá viviam e procriavam há séculos ou mesmo milénios, mas aos olhos dos brancos selvagens e, na maioria ignorantes, os negros eram desprovidos de alma. Assim, eram escolhidos aqueles negros que apresentassem uma compleição física mais evidente, tornando-se, então, numa força de trabalho riquíssima, descartável e facilmente substituível. As mulheres saudáveis também eram escolhidas para o trabalho e regalo sexual dos seus patrões. Mulheres, adolescentes e mesmo crianças.
Iam, assim, sendo arrancados pela força aos seus agregados familiares. Uns para o trabalho no seu território pátrio, outros acorrentados e negociados com os piratas que os amontoavam como animais nas embarcações que eles próprios impulsionavam remando, sob o chicote, até ao outro lado o oceano.
A História já nos revelou, através da Literatura ou da 7ª. Arte, as épocas e as condições em que tudo isto aconteceu. É a história da escravatura.
Contudo, muito pouco e duma forma muito tímida se tem homenageado o sofrimento secular das mulheres angolanas. Somente após o 25 de Abril a grande maioria do povo português pôde ouvir na voz de Rui Mingas, numa das suas canções de intervenção : “...e cabeças de pretos para os motores !!!.. “. Lembro-me também daquela tão bela quanto sugestiva canção em que o Poeta canta a mulher negra e termina dizendo ter sido analisada uma lágrima a uma negra a qual continha “água e cloreto de sódio”.
As mulheres portuguesas : avós, mães, irmãs ou namoradas sofreram desmesuradamente com a partida dos seus rapazes para a Guerra Colonial, sem dúvida ! Mas então, e as avós, mães, irmãs ou namoradas angolanas – que afinal já admitimos terem alma ?
Angola começou por ser colonizada por indivíduos cadastrados, na maioria considerados como assassinos perigosos ou presos políticos indesejáveis. Eram, assim, deportados para bem longe da Metrópole. O castigo, no entender dos governantes, aliava o útil ao agradável (?)
Aquele território imenso e fértil viria a tornar-se numa “ terra de cegos onde quem tem um olho é rei ”... O homem branco instalava-se, apoderando-se de grandes extensões de solo promissor e a mão-de-obra – gratuita – era “recrutada” através da lei da carabina e do temor das chibatadas com o negro preso ao tronco.
O homem branco entrava abusivamente numa qualquer sanzala, onde os nativos tinham a sua vida organizada segundo os seus costumes e as suas crenças. Já lá viviam e procriavam há séculos ou mesmo milénios, mas aos olhos dos brancos selvagens e, na maioria ignorantes, os negros eram desprovidos de alma. Assim, eram escolhidos aqueles negros que apresentassem uma compleição física mais evidente, tornando-se, então, numa força de trabalho riquíssima, descartável e facilmente substituível. As mulheres saudáveis também eram escolhidas para o trabalho e regalo sexual dos seus patrões. Mulheres, adolescentes e mesmo crianças.
Iam, assim, sendo arrancados pela força aos seus agregados familiares. Uns para o trabalho no seu território pátrio, outros acorrentados e negociados com os piratas que os amontoavam como animais nas embarcações que eles próprios impulsionavam remando, sob o chicote, até ao outro lado o oceano.
A História já nos revelou, através da Literatura ou da 7ª. Arte, as épocas e as condições em que tudo isto aconteceu. É a história da escravatura.
Contudo, muito pouco e duma forma muito tímida se tem homenageado o sofrimento secular das mulheres angolanas. Somente após o 25 de Abril a grande maioria do povo português pôde ouvir na voz de Rui Mingas, numa das suas canções de intervenção : “...e cabeças de pretos para os motores !!!.. “. Lembro-me também daquela tão bela quanto sugestiva canção em que o Poeta canta a mulher negra e termina dizendo ter sido analisada uma lágrima a uma negra a qual continha “água e cloreto de sódio”.
As mulheres portuguesas : avós, mães, irmãs ou namoradas sofreram desmesuradamente com a partida dos seus rapazes para a Guerra Colonial, sem dúvida ! Mas então, e as avós, mães, irmãs ou namoradas angolanas – que afinal já admitimos terem alma ?
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